Projeto é a maior obra de reaproveitamento de água da indústria. A lógica é reciclar o uso da água e drenar a chuva para resfriar as torres de produção
O setor industrial tem empregado cada vez mais soluções sustentáveis para fazer melhor uso dos recursos ambientais e reduzir custos em seus processos de produção. No Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, um projeto desenvolvido em parceria entre a Braskem e a Central de Tratamento de Efluentes Líquidos (Cetrel) promete ser “a maior obra de aproveitamento de águas na indústria”, segundo o coordenador de Meio Ambiente da Braskem, Sérgio Hortélio.
O programa, que deve iniciar as operações ainda no próximo mês, vai implantar um sistema de reuso e reciclo de água industrial e águas de drenagem de chuva do Polo, que atualmente são destinadas para tratamento na Cetrel e depois dispersas pelo emissário submarino. Uma vez tratado, esse efluente será reutilizado nas torres de resfriamento da Braskem, que reduzem a temperatura da água utilizada no processamento de produtos petroquímicos.
Em torno de 500 mil a 800 mil litros de água serão economizados por hora, o suficiente para abastecer uma cidade do porte de Camaçari - ou seja, 4 bilhões de litros anuais. Aproximadamente R$ 19 milhões foram investidos em tubulação, equipamentos e obras realizadas no Polo.
Vista da Braskem: projeto reutiliza água do processo industrial e aproveita a chuva para resfriar torres e reduzir os danos ao meio ambiente
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O projeto inclui ainda a adequação das barragens da Bacia de Continência do Complexo Básico para acumular melhor a água de chuva e diluir os resíduos resultantes dos processos químicos.
“O investimento é muito mais pelo conceito de sustentabilidade e há também uma redução no custo com energia elétrica e tratamento químico”, explica o coordenador do projeto.
ReaproveitamentoEm torno de 25% da água reaproveitada nesta fase do projeto será utilizada nas torres de resfriamento. O reuso vai facilitar as etapas do processo atualmente empregado na Braskem, que incluem captação nos reservatórios do rio Joanes e da Adutora Santa Helena da água bruta. Em seguida, é clarificada, filtrada e inserida em um sistema de cloração para ser utilizada nas torres. “Uma grande parte, em torno de 40% da água atual, vai ser substituída por essa reaproveitada pelo sistema de reuso”, explica o engenheiro.
Após adotar o reuso, a Braskem já conseguiu obter 18% de reaproveitamento da água só no ano passado. A meta é de que, até 2015, a fábrica consiga aumentar esse valor para 23%. Além de reduzir o consumo, a medida faz com que menos água seja retirada dos rios e poços da bacia de Camaçari. “Às vezes, basta mudar o viés, tirar da esfera econômica e colocar na cesta sustentável”, cita o coordenador. Ele aponta como exemplo o sistema que, desde junho de 2011, faz a captação e o reaproveitamento da água da chuva no estacionamento da Unidade de Petroquímicos Básicos.
“Esse sistema reduz a água bruta que é captada do rio Joanes e da adutora”, explica Hortélio. Uma economia de 8 mil a 10 mil litros de água por hora, o equivalente a oito milhões de litros por ano.
O número é suficiente para abastecer uma vila com 1.600 moradores. O investimento para implementar o projeto foi R$ 190 mil. Os projetos foram pensados em parceria com pesquisadores da TecLim (Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos) da Universidade Federal da Bahia. O projeto de sustentabilidade utilizado pela Braskem, no qual está inserido o sistema de reaproveitamento de água, faz parte da meta da petroquímica de se tornar a líder mundial em ações sustentáveis no mundo.
“O sucesso de uma ideia depende de muito trabalho para viabilizá-la”, diz Hortélio. Ele cita a importância das indústrias manterem um programa de pesquisa e desenvolvimento de ideias. “Quando se começa a desenvolver um projeto e depois se pensa uma base de execução há um caminho longo e tortuoso. Esse projeto, por exemplo, de reaproveitar as águas do Polo de Camaçari, levou 3 ou 4 anos para ser desenvolvido. Há muita persistência e ajuste para o projeto chegar ao modelo final e ser tecnicamente e economicamente viável”, diz.
InvestimentoAinda para garantir o melhor uso das águas, em 2009, R$ 22 milhões foram investidos na construção da Adutora Santa Helena, em parceria com a Embasa, que garante o abastecimento de água da Barragem Santa Helena para todo o Polo de Camaçari durante a época de estiagem.
O transporte da água é feito a partir de um manancial pouco influenciado pelas condições climáticas, o que garante a continuidade das operações industriais durante todo o ano, além de deixar disponível para Salvador a água que anteriormente abastecia também o Polo.
ReferênciaOs projetos encabeçados pela Braskem, além de reduzir custos, têm se destacado entre as empresas que empregam as melhores práticas sustentáveis. Além dos programas para redução no volume de água consumido, o sistema projetado para reduzir as emissões atmosféricas nos processos da indústria, entre elas os responsáveis pelo efeito estufa, recebeu o primeiro lugar na categoria Produção mais Limpa, no 10º Prêmio Federação das Indústrias da Bahia de Desempenho Ambiental. O projeto também foi destaque no prêmio 10º Dia Benchmarking, Compartilhar para Crescer, este ano.
O programa estabelece prazos para redução nas emissões de gases resultantes dos processamentos. O resultado obtido foi a redução de 22% na emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.
“Temos algumas iniciativas que exigem investimentos, como a recuperação dos purgadores, que são sistemas que tiram o vapor d'água dos dutos. Se esses canos não são purgados podem causar erosão e furos e assim dispersar gases”, explica Hortélio.
“Analisamos a frota de veículos que prestam serviço, tanto a própria quanto a fretada, se precisam de manutenção ou trocar ferramentas”. Ele cita como projeto vender o CO2 como subproduto. “Pode ser usado em fábricas de refrigerantes”, diz.
Matéria original Correio 24h
Projeto na Bahia economizará até 4 bilhões de litros de água por ano
“O investimento é muito mais pelo conceito de sustentabilidade e há também uma redução no custo com energia elétrica e tratamento químico”, explica o coordenador do projeto.
ReaproveitamentoEm torno de 25% da água reaproveitada nesta fase do projeto será utilizada nas torres de resfriamento. O reuso vai facilitar as etapas do processo atualmente empregado na Braskem, que incluem captação nos reservatórios do rio Joanes e da Adutora Santa Helena da água bruta. Em seguida, é clarificada, filtrada e inserida em um sistema de cloração para ser utilizada nas torres. “Uma grande parte, em torno de 40% da água atual, vai ser substituída por essa reaproveitada pelo sistema de reuso”, explica o engenheiro.
Após adotar o reuso, a Braskem já conseguiu obter 18% de reaproveitamento da água só no ano passado. A meta é de que, até 2015, a fábrica consiga aumentar esse valor para 23%. Além de reduzir o consumo, a medida faz com que menos água seja retirada dos rios e poços da bacia de Camaçari. “Às vezes, basta mudar o viés, tirar da esfera econômica e colocar na cesta sustentável”, cita o coordenador. Ele aponta como exemplo o sistema que, desde junho de 2011, faz a captação e o reaproveitamento da água da chuva no estacionamento da Unidade de Petroquímicos Básicos.
“Esse sistema reduz a água bruta que é captada do rio Joanes e da adutora”, explica Hortélio. Uma economia de 8 mil a 10 mil litros de água por hora, o equivalente a oito milhões de litros por ano.
O número é suficiente para abastecer uma vila com 1.600 moradores. O investimento para implementar o projeto foi R$ 190 mil. Os projetos foram pensados em parceria com pesquisadores da TecLim (Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos) da Universidade Federal da Bahia. O projeto de sustentabilidade utilizado pela Braskem, no qual está inserido o sistema de reaproveitamento de água, faz parte da meta da petroquímica de se tornar a líder mundial em ações sustentáveis no mundo.
“O sucesso de uma ideia depende de muito trabalho para viabilizá-la”, diz Hortélio. Ele cita a importância das indústrias manterem um programa de pesquisa e desenvolvimento de ideias. “Quando se começa a desenvolver um projeto e depois se pensa uma base de execução há um caminho longo e tortuoso. Esse projeto, por exemplo, de reaproveitar as águas do Polo de Camaçari, levou 3 ou 4 anos para ser desenvolvido. Há muita persistência e ajuste para o projeto chegar ao modelo final e ser tecnicamente e economicamente viável”, diz.
InvestimentoAinda para garantir o melhor uso das águas, em 2009, R$ 22 milhões foram investidos na construção da Adutora Santa Helena, em parceria com a Embasa, que garante o abastecimento de água da Barragem Santa Helena para todo o Polo de Camaçari durante a época de estiagem.
O transporte da água é feito a partir de um manancial pouco influenciado pelas condições climáticas, o que garante a continuidade das operações industriais durante todo o ano, além de deixar disponível para Salvador a água que anteriormente abastecia também o Polo.
ReferênciaOs projetos encabeçados pela Braskem, além de reduzir custos, têm se destacado entre as empresas que empregam as melhores práticas sustentáveis. Além dos programas para redução no volume de água consumido, o sistema projetado para reduzir as emissões atmosféricas nos processos da indústria, entre elas os responsáveis pelo efeito estufa, recebeu o primeiro lugar na categoria Produção mais Limpa, no 10º Prêmio Federação das Indústrias da Bahia de Desempenho Ambiental. O projeto também foi destaque no prêmio 10º Dia Benchmarking, Compartilhar para Crescer, este ano.
O programa estabelece prazos para redução nas emissões de gases resultantes dos processamentos. O resultado obtido foi a redução de 22% na emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.
“Temos algumas iniciativas que exigem investimentos, como a recuperação dos purgadores, que são sistemas que tiram o vapor d'água dos dutos. Se esses canos não são purgados podem causar erosão e furos e assim dispersar gases”, explica Hortélio.
“Analisamos a frota de veículos que prestam serviço, tanto a própria quanto a fretada, se precisam de manutenção ou trocar ferramentas”. Ele cita como projeto vender o CO2 como subproduto. “Pode ser usado em fábricas de refrigerantes”, diz.
Matéria original Correio 24h
Projeto na Bahia economizará até 4 bilhões de litros de água por ano
MAIS INFORMAÇÕES: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/projeto-na-bahia-economizara-ate-4-bilhoes-de-litros-de-agua-por-ano/
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